No dia 6 de setembro de 2006, na pequena cidade de Lugoff, Carolina do Sul, um homem que se dizia polícia abordou Elizabeth Shoaf, de catorze anos, depois de sair do autocarro escolar, a apenas 200 metros da sua casa.

Em vez de a levar para um veículo da polícia, conduziu-a para o bosque atrás da sua casa. A cerca de 800 metros da sua casa, na floresta densa, descobriu uma porta que dava para um bunker subterrâneo. Deu-lhe instruções para entrar e não tentar fazer nada, porque tinha a área circundante armadilhada. Nesse momento, Elizabethpercebeu que tinha sido raptada por um homem que se fazia passar por polícia.

O bunker continha uma casa de banho caseira, um tanque de propano para cozinhar, uma pequena televisão a pilhas que o homem usava para se manter atualizado sobre a busca de Elizabeth, e uma cama onde ele violava Elizabeth 2 a 5 vezes por dia. Uma longa corrente era colocada à volta do seu pescoço para evitar que ela escapasse. Durante os primeiros dias da busca, Elizabeth conseguia ouvir um helicóptero e até os passos de voluntáriosApesar de ter medo de nunca ser encontrada, Elizabeth usou uma técnica de psicologia inversa e agiu como se estivesse a apaixonar-se pelo homem que a mantinha em cativeiro. Funcionou. Ele baixou a guarda, abriu-se com ela, retirou-lhe a corrente do pescoço e até lhe permitiu sair por alguns minutos.

Passados sete dias, Elizabeth pegou no telemóvel do homem enquanto ele dormia para enviar uma mensagem à mãe. Como estava debaixo da terra, numa floresta densa, foi avisada de que as mensagens não eram entregues.

A polícia conseguiu identificar a quem pertencia o telemóvel, bem como localizar a mensagem e identificar a zona de onde provinha. Em poucos dias, o departamento de polícia tomou a decisão arriscada de transmitir a mensagem de texto e a identidade do proprietário do telemóvel nas notícias. Quando Vinson Filyaw viu o seu nome e fotografia nas notícias, não só ficou furioso como também assustado. Vinson decidiu fugir eDurante a sua ausência, Elizabeth escapou do bunker após dez dias de cativeiro, gritando por socorro até que o agente Dave Thomley veio em seu auxílio.

Vinson Filyaw vivia nas redondezas e observava Elizabeth quando esta saía do autocarro escolar todos os dias. Tinha um mandado de captura pendente por conduta sexual criminosa com um menor. Quando a polícia revistou a sua casa, descobriu que tinham sido cavados vários buracos: treino para o bunker. Uma denúncia levou a polícia até Vinson, que foi rapidamente capturado. Declarou-se culpado de 17 acusações e foi condenado a 421 anos de prisãosem hipótese de liberdade condicional.

A história de Elizabeth ganhou fama com o filme do Lifetime baseado na sua história, Rapariga no Bunker .